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quinta-feira, 10 de abril de 2014

A situação da Venezuela na visão da deputada venezuelana Maria Corina Machado.

 

"Roda Viva, com Maria Corina Machado, deputada cassada venezuelana.  A oposicionista ao governo de Maduro fala da crise política no país e dos motivos que levaram à sua cassação".
 
Estudar atualidades exige leitura intensa das principais notícias divulgadas no dia-a-dia. Hoje, eu estou postando no meu blog um vídeo do programa da TV Cultura Roda Viva sobre a situação da Venezuela. Lembrando que a Venezuela passa por uma crise política intensa desde a morte do Hugo Chavez. O atual presidente Nicolás Maduro Moros está reprimindo explicitamente os manifestantes na Venezuela. E a ex-deputada entrevistada pelo Roda Viva fala sobre o dia-a-dia nesse país que está tão em evidência na imprensa internacional. 
 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Os níveis da gramática.

 
por Eduardo Eide Nagai
 
Para aprender gramática, deve-se ter noção de como ela funciona. Para isso, vamos tentar entender como outras ciências funcionam. A química, por exemplo, estuda os fenômenos da natureza. Qualquer matéria, substância, ou qualquer outra coisa pode ser um objeto de estudo da química. Pense em um objeto qualquer, todos eles contém matéria, essa matéria é formada por unidades. Chamaram essas unidades de ÁTOMOS, o prefixo "A" significa "não" e o radical "TOMOS" quer dizer divisão. "Indivisível" é o sentido completo. Os átomos se unem, formando as moléculas, que se juntam formando substâncias, que se juntam formando a matéria. E cada matéria tem substâncias e moléculas e átomos diferentes. Repare que parti para essa explicação, da unidade: do átomo, para o todo: que é a matéria. 

Da mesma forma, a gramática tem a sua unidade. A unidade da gramática é o fonema, que é o som da língua. Pronunciamos vários sons e cada um vai se juntando com outros sons formando assim uma palavra. E as palavras se juntam quando nos comunicamos formando frases e orações. E as frases e orações se juntam formando assim o TEXTO. Na gramática, também partimos da unidade: o fonema; para o todo: o texto. De tal forma, que nós só entendemos o texto completo em seu contexto comunicativo. Ninguém se comunica com sons soltos ou palavras isoladas. Toda palavra está inserida num todo que é o texto. 

 
Eu vou sistematizar o que eu acabei de escrever:

FONÉTICA: é o estudo da unidade gramatical, que são os fonemas, ou seja, os sons da língua. Quando ouvimos a palavra “casa”, temos 4 fonemas (sons): /K/, /A/, /Z/, /A/. Nesse exemplo, temos também 4 letras: C, A, S, A. Letras são as formas grafadas do som. Veja, no exemplo, “chave”, temos 5 letras: C, H, A, V, E. Entretanto, temos 4 fonemas: /X/, /A/, /V/, /E/. O CH representa apenas um som. Assim, podemos fazer o estudo de várias palavras. Repare que representamos os fonemas sempre entre os símbolos "/". Tente:

  1. Polícia
  2. Língua
  3. Portuguesa
  4. Violência
  5. Hoje
  6. Assim
  7. Corrupção
  8. Macha
  9. Vermelha
  10. Ódio
 
MORFOLOGIA: é o estudo da palavra. Podemos estudar a palavra na sua formação interna ou externa. Quando estudamos o interior da palavra, estamos dividindo as partes da palavra: entre prefixo e sufixo, radical e as desinências. E também podemos estudar a palavra como um todo, dessa forma estamos dividindo os tipos de palavras, ou seja, as classes gramaticais: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, advérbio, verbo, conjunção, interjeição.

SINTAXE: é o estudo da oração. Entendemos a sintaxe como estudo interno da oração, quando estudamos o período simples e sua formação, daí temos os termos essenciais (sujeito e predicado), termos integrantes (objeto direto, indireto, complemento nominal e agente da passiva), e termos acessórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto). Assim como podemos compreender as relações entre orações, ou seja, o estudo do período composto, daí podemos ter orações coordenadas (quando uma oração não depende da outra) e as orações subordinadas (quando uma oração depende da outra, temos 3 tipos de subordinadas: subjetivas, adjetivas e adverbiais).

SEMÂNTICA: é o estudo do texto. O estudo semântico é o mais importante de todos os níveis, porque ele é o mais amplo. Não existem fonemas, palavras ou orações soltas. Ao contrário, todos eles estão contidos no texto e só podemos tirar os seus sentidos no contexto do texto em que estão inseridos. Qualquer palavra pode ter inúmeros sentidos, mas só dentro do texto é que saberemos os sentidos exatos. Por exemplo, a palavra paz. Paz pode ter vários sentidos, quando ouvimos a palavra “paz” na boca do Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, temos um sentido, e quando ouvimos de um muçulmano é outra. Quando ouvimos a palavra paz dita por um artista temos outro sentido. Ou seja, tudo vai depender do uso que fazemos dos textos. O estudo semântica, portanto, refere-se ao “sentido” que empregamos quando usamos a língua através de um texto. 

NOS EXAMES: O mais importante é a semântica, pois todos os exercícios terão como base um texto, mesmo as questões especificamente gramaticais terão que ser respondidas com a leitura e com a interpretação. Hoje em dia, nenhum concurso, ou vestibular, pede uma resposta solta. Por isso, em nossas aulas, começaremos lendo e respondendo a questões referentes a textos que já caíram em um exame, seja concurso, seja vestibular. Assim, o aluno terá a prática e o conteúdo. O estudo exclusivo do conteúdo não ajuda, tampouco a prática nos leva a compreender o conteúdo. Precisamos sim, na hora de estudar, equilibrar entre ler o conteúdo e resolver os exercícios.
 




quinta-feira, 3 de abril de 2014

6 dicas para escrever uma dissertação nota 10.



por Eduardo Eide Nagai
 
1


O texto que os vestibulares mais pedem é a dissertação em prosa, portanto você precisa conhecer o mecanismo deste tipo de texto para produzir a redação para o vestibular. Dissertação é um tipo de texto que exige um ponto-de-vista do autor, ou seja, o posicionamento sobre determinado tema. Esse ponto-de-vista deve estar bem claro e se fundamentar através de argumentos consistentes que comprovem a autenticidade do ponto-de-vista.


2

Os argumentos devem estar organizados de tal maneira que consigam convencer o leitor. Eles devem ter por base os textos disponíveis na coletânea que o vestibular trouxer para você, porém é importante que o candidato utilize também conhecimentos que adquiriu ao longo de sua experiência enquanto leitor. Servem como argumentos: exemplos, análises de determinado tema, dados estatísticos, fatos históricos, teorias científicas, metáforas, etc.



3

A coesão do texto também deve ser levada em conta ao se produzir um texo. Coesão é todo aquele recurso utilizado como conexão dos elementos da redação. Todos os argumentos, ideias, orações e parágrafos devem estar bem conectados, pois a coesão molda o sentido que o leitor vai compreender do texto. Podem servir como elementos de coesão: o pronome, a conjunção, a preposição, etc.


4

A coerência textual é fundamental par que sua redação fique perfeita para o olhar do leitor. A coerência são todas as relações no campo semântico. Se você defender um ponto-de-vista e utilizar um argumento que acabe não comprando sua tese, então a redação ficará com problema de coerência, pois estará contraditória. Devemos prestar atenção também na veracidade das informações que inserimos na nossa redação, já que isso fará com que nosso ponto-de-vista seja mais convincente.


5

O tema proposto pelos vestibulares será apresentado através de uma coletânea de textos. O candidato deverá ler atentamente essa coletânea, pois isso evitará que o produtor fuja do tema, o que implica em um zero. Não devemos nos esquecer que os examinadores não querem saber somente se o candidato sabe escrever um texto, mas também se sabe interpretá-lo. Para isso existe a coletânea, para que os examinadores analisem a produção e a compreensão de textos.


6

Por fim, devemos tomar cuidado com a norma culta, apesar desse ponto ser o de menor importância, o produtor de textos deve entender que há uma diferença entre "errar de vez em quando" por distração ou "cometer erros constantes", esse último mostra que o candidato não domina a norma culta, nesse caso perderá ponto. Deve-se, portanto, prestar atenção na pontuação, na acentuação, na concordância e no vocabulário. Esses são os problemas mais comuns que os jovens apresentam na produção de um texto.

 


QUEM SOMOS

 
 
Ola, amigo e amiga estudante,


Seja bem vindo ao portal OFICINAA, um lugar para quem gosta de estudar a nossa maravilhosa e difícillíngua portuguesa. Aqui ofereceremos muita informação, conteúdo e dicas para quem vai prestarvestibular e concursos públicos em todo o país. São dicas para todas as áreas da Língua portuguesa: Atualidades, Gramática, Literatura e Redação, além de muita atualização nas notícias sobre os vestibulares e os concursos deste nosso país.
 



 
OS NOSSOS OBJETIVOS
Temos como missão ajudar a melhorar a eficiência dos estudos de quem quer prestar provas de língua portuguesa em todos os setores, além de criar condições para fomentar a aprendizagem. Utilizando, para isso, todo um conhecimento acumulado em anos de experiência e de atuação no ensino da língua.
 


OS NOSSOS CURSOS
Se os objetivos do portal são facilitar e aumentar a eficiência dos estudos de língua, então construímos CURSOS que visem cumprir com esses objetivos. Encontramos na rede uma plataforma de ensino à distância compatível com as necessidades do portal e entramos nessa onda. Tal plataforma é o EDUKEE, entre no site www.edukee.com e tire as dúvidas que você tiver sobre o método de ensino.

Recursos.

Todos os cursos contam com vídeos gravados, e também com transmissões ao vivoantecipadamente divulgadas; contamos também com materiais escritos próprios para que o aluno possa se aprofundar no conteúdo. Além disso, há a interatividade entre os alunos através de fórunspara discussão do conteúdo. Temos também os simulados e as listas de exercícios em cada módulo apresentado.

Cursos

(A) ATUALIDADES E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: Através deste curso manteremos os alunosinformados sobre os principais acontecimentos do país e do mundo e os orientaremos para mostrar como esses fatos podem contribuir para se fazer uma boa prova de redação nos vestibulares e deAtualidades nos concursos. Os materiais sempre contarão com textos atuais de diversos jornais, revistas e portais do país.

(B) TODA GRAMÁTICA: Curso que visa repassar aos alunos todo o conteúdo de gramática da língua portuguesa. São 16 módulos divididos em 4 partes: 1. Fonética e fonologia (acentuação gráfica e fonemas); 2. Morfologia (formação de palavras e classes gramaticais); 3. Sintaxe (análise sintática dos termos da oração e do período composto) e 4. Semântica (pontuação, concordância, regência e interpretação de texto). Contaremos em cada modulo com vídeo, material escrito, fórum esimulado. 

(C) TODA LITERATURA: Curso que passa por toda a literatura portuguesa e brasileira. Temos uma introdução sobre as ESCOLAS LITERÁRIAS e em seguida 16 módulos, em cada módulo teremos um aprofundamento de cada escola literária com vídeo, material escrito, fórum, simulado e coletânea de textos literários usados nos vestibulares. Também em certos módulos teremos resumos dos principais livros que caem nos vestibulares.

(D) REDAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTO: Curso que ensina o aluno a produzir seu texto para os vestibulares e para os concursos. Esse curso se diferencia dos outros, porque o aluno poderá apresentar no final de cada módulo uma redação para que o professor faça uma análise profunda do texto. Esse acompanhamento individual no curso de redação é importante, porque, ao contrário dos outros conteúdos, o candidato ao vestibular e ao concurso tem como foco a prática e não somente a teoria. Queremos dizer com isso, que não basta ler um conteúdo, mas o estudante deve praticar para ser mais eficiente.
 



 
ATENÇÃO ESTUDANTE
 
Não espere mais. Faça os Cursos Online de Língua Portuguesa no portal OFICINAA e tenha um desempenho mais eficiente nos vestibulares e nos principais concursos do país. Está provado que, em todos esses exames, o conteúdo que mais conta na nota final é o da LÍNGUA PORTUGUESA. Na maioria dos casos, a língua é metade da nota.

Neste portal, temos 10 aulas gratuitas disponíveis para você. Mas para que você possa seaprofundar nestes conteúdos você deve agora mesmo se matricular nos nossos cursos de LÍNGUA PORTUGUESA. 
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terça-feira, 1 de abril de 2014

O texto dissertativo nos vestibulares.

 
por Eduardo Eide Nagai.


O ARGUMENTO

Podemos dizer que os argumentos são todos os recursos utilizados para defender determinado ponto-de-vista expresso no texto dissertativo. No texto abaixo, vemos que Padre Antônio Vieira descreve os principais tipos de argumentos que um autor pode utilizar para sua opinião.

Trecho do Sermão da Sexagésima

“(...) O Sermão há de ser duma só cor, há de ter um só objeto, um só assunto, uma só matéria.
Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para que se conheça, há de dividi-la para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstancias, com as conveniências que se hão de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar, há de responder as duvidas, há de satisfazer as dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários, e depois disto ha de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é o sermão, isto é pregar, e o que não é isto, é falar de mais alto. Não nego nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses hão de nascer todos da mesma matéria, e continuar e acabar nela.”

Neste trecho, percebemos que Padre Antônio Vieira nos ensina o processo de produção de um sermão, podemos facilmente transpor esses moldes para uma dissertação. E consequentemente ele relata algumas formas de argumentar. Para começar, ele começa falando que o texto deve ter “uma só matéria”, “um só assunto”, percebemos aqui que o autor defende que o texto deve ter uma unidade temática. Os argumentos devem estar organizados de forma que um não se contraponha ao outro. Depois ele prossegue dizendo que devemos provar através das Escrituras. Escrituras é a Bíblia, no caso o documento utilizado por ele para comprovar seus argumentos, mas podemos dizer que qualquer fonte de citação é interessante para que nosso ponto-de-vista seja comprovado, desde que a opinião expressa na citação esteja de acordo com a opinião do autor da dissertação. Em “há de confirmá-la com o exemplo” vemos que os exemplos também são recursos que comprovam uma determinada opinião, servem como argumento. O trecho “há de amplificá-la com as causas, com os efeitos” demonstra um tipo muito bom de argumento: relação entre causas e efeitos. Discutir sobre a causa e efeito de um determinado tema é mostrar a origem do problema descrito no texto, e em seguida mostrar as suas conseqüências na sociedade. Também é interessante o argumento de refutação: “há de impugnar e refutar com toda a força e eloqüência os argumentos contrários”. Toda opinião polêmica implica em uma oposição. Utilizar esse posicionamento contrário ao seu é um bom recurso desde que se utilize refutando, ou seja, contradizendo o oponente.

Claro, nem todos os recursos argumentativos foram descritos nesse texto, porém os recursos descritos aqui já são o suficiente para um bom texto dissertativo. Concluindo, a dissertação requer uma seleção equilibrada de bons argumentos. Só vamos conseguir conhecê-los com uma boa leitura diária de jornais, revistas e livros.


A DISSERTAÇÃO DE VESTIBULAR


Às vezes já temos várias ideias de como escrever a nossa dissertação em prosa, porém, sempre nos vem à cabeça quando começamos: como começar, não é mesmo? Pois é, isso é comum, muitas vezes isso acontece porque não sabemos como ordenar, ou organizar um texto dissertativo. Para isso devemos ter em mente um plano. Todas as dissertações devem seguir um raciocínio lógico para serem eficientes. Esse raciocínio deve permear todo o texto.

Na dissertação há três partes principais: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Antes de iniciarmos, temos que planejar o que faremos nessas três partes do nosso texto. Na introdução, apresentaremos o grande tema que abordaremos na redação. Além do tema, deve estar claro o nosso ponto de vista. Lembremos que tema e ponto de vista são coisas diferentes, o primeiro é o assunto que trataremos e o ponto de vista é o posicionamento do autor do texto em relação ao tema.

A introdução é extremamente importante porque é a parte onde iremos antecipar para o leitor os nossos objetivos. O leitor se motivará ou não a ler o texto de acordo com essa parte. Em seguida faremos o desenvolvimento. Lembre-se de que a dissertação é um tipo de texto que se baseia em convencer alguém de alguma coisa. O desenvolvimento é o momento para isso. Devemos desenvolver todos os recursos possíveis para convencer o leitor do ponto de vista abordado na primeira parte (introdução).

No final de nosso texto, devemos concluir o nosso raciocínio. Resumindo o que já fora dito e fazendo a última tentativa de convencimento, relacionando brevemente todos os argumentos. É também na conclusão que trataremos as possíveis soluções de problema levantado no corpo do texto.
***
Por exemplo, se falarmos de violência, que será o tema, podemos ter como ponto de vista: “a desigualdade social potencializa a violência na cidade”. Essa afirmativa é o ponto de vista que queremos defender. Essa frase-síntese deve constar claramente na primeira parte do texto. Em seguida, devemos desenvolver alguns argumentos sobre esse ponto de vista, por exemplo, definir as causas e conseqüências da violência na cidade. Mostrar dados estatísticos e citações de outros autores, etc. Outra possibilidade é falar um pouco do histórico da violência. Esses três argumentos (causa e conseqüência, dados estatísticos e histórico) já bastam para uma boa redação. Lembre-se de selecionar bem os seus argumentos, três já são o suficiente, pois muitas informações podem prejudicar o leitor, ou poucos argumentos podem não bastar. Para finalizar relacionaremos todos esses argumentos e faremos um desfecho como esse:

“Como vimos, a violência está relacionada com todo o contexto social em que vivem os cidadãos da comunidade urbana. A desigualdade não é a causa única, mas ao longo da história se mostrou um agente catalizador desta violência aumentando as injustiças sociais e a brutalidade da relação humana com o mundo.”
 
***

De qualquer forma, todas as partes do texto devem estar relacionadas. Não podem haver informações que não sejam explicadas de forma clara e coerente com o que já fora dito. O que aparecer na introdução e no desenvolvimento deve refletir na conclusão. Conhecendo essas partes, fica mais fácil começar o texto. Um bom plano deve estar na cabeça do autor para que não entre em contradição. Bom texto para todos.




Resumo de atualidades do mês de março de 2014.

 
por Eduardo Eide Nagai.

Olá amigos,

 
Ontem à noite, eu fui anotando no meu bloquinhos as notícias que eu ia pescando para analisar as atualidades para o pessoal que vai prestar concurso. Você sabia que nas provas de concurso tem uma área do conhecimento que eles pedem que se chama Atualidades? Sim. E as questões que são exigidas do candidato são feitas a partir de uma notícia de jornal. As respostas para essas perguntas nunca vem no próprio texto, como nas questões de língua portuguesa, eles retiram um fragmento do texto e pedem algo que está fora do trecho. Esse tipo de questão serve para analisar o grau de conhecimento que o candidato tem do mundo à sua volta, eles avaliam com essas perguntas o grau de leitura dos noticiários que os candidatos fazem dia após dia. Você tem acompanhado essas notícias? Eu fiz uma lista de possíveis fatos que andam acontecendo e que podem cair nesses concursos, e também nas provas de redação dos vestibulares:

1. 50 anos de golpe militar do Brasil.

Folha de S. Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/especial/2014/50anosdogolpede1964/
UOL: http://noticias.uol.com.br/eventos/50-anos-do-golpe-de-1964/index.htm
ESTADÃO: http://politica.estadao.com.br/especiais/50-anos-do-golpe-de-64,229853.htm

2. Marco Civil da Internet

Estadão.com.br: http://blogs.estadao.com.br/renato-cruz/o-futuro-da-internet-2/
Portal Terra: http://terramagazine.terra.com.br/blogdonelsonpretto/blog//2014/03/28/marco-civil-da-internet-o-dia-em-que-o-mundo-olhou-para-o-brasil/

3. Campanha "Eu não mereço ser estuprada" é criada depois de uma pesquisa mostrar que 65% dos brasileiros culpam as vestimentas das mulheres por serem estupradas.

R7.com http://noticias.r7.com/distrito-federal/brasiliense-cria-movimento-eu-nao-mereco-ser-estuprada-que-ja-tem-quase-45-mil-adesoes-31032014
Estadão.com.br http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,tolerancia-zero-a-violencia-contra-a-mulher-diz-dilma-no-twitter-apos-pesquisa-do-ipea,1146289,0.htm

4. Polêmica com relação a um comentário da jornalista

Veja o comentário: http://rachelsheherazade.blogspot.com.br/2014/02/adote-um-bandido.html
Veja a polêmica que o comentário causou: http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2014-03-12/apos-adote-bandido-sheherazade-e-sbt-sao-denunciados-por-apologia-ao-crime.html

5. Racismo no futebol.

Estadão.com.br . Caso Tinga: http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,tinga-critica-multa-a-time-peruano-por-ofensas-racistas,1144988,0.htm
O diário. Outros casos: http://blogs.odiario.com/zeotavio/2014/03/31/mais-um-caso-de-racismo-futebol/


Eu selecionei 5 temas apenas. Vejam que eu poderia ter selecionado muitos outros mais. Porém, não vou gastar os temas todos agora. Vocês terão que continuar acompanhando o blog. Rs. Bom, outros dias eu vou preparando material com esses temas e quero preparar um curso online para abordar víde0aulas de atualidades. Pois é uma matéria que cai sempre nos concursos e nos vestibulares. Até a próxima, bons estudos e Deus abençoe vocês.




segunda-feira, 31 de março de 2014

Leitura obrigatória unificada da FUVEST-UNICAMP 2015


por Eduardo Eide Nagai

Pelo terceiro ano consecutivo, a lista de leitura obrigatória unificada FUVEST e UNICAMP se repete. Os alunos que quiserem ingressar nessas duas faculdades terão que ler os livros a seguir para realizar a prova de literatura. Em breve, disponibilizaremos com exclusividade resumos de cada um desses livros com as biografias dos respectivos autores, nesse blog. 


  • Viagens na minha terra, de Almeida Garrett;
  • Til, de José de Alencar;
  • Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida;
  • Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis;
  • O cortiço, de Aluísio Azevedo;
  • A cidade e as serras, de Eça de Queirós;
  • Vidas secas, de Graciliano Ramos;
  • Capitães da areia, de Jorge Amado;
  • Sentimento do mundo, de Carlos Drummond.




Coesão e coerência textuais na dissertação.

 
por Eduardo Eide Nagai
 
A partir dessa primeira parte de nossos estudos dos critérios de uma redação, abordaremos dois desses principais criterios. São cinco no total. Cada vestibular irá compreendê-los de uma maneira diferente, podendo até ter outros nomes. Porém a ideia de cada um deles não mudará muito, já que os vestibulares se influenciaram muito pela mesma linha da ciência linguística: a linguística textual, que defende a leitura do texto em níveis. 

O primeiro nível é a coesão e trata-se de entender o funcionamento interno da língua, ou seja, as relações internas que o autor faz em todos os elementos do texto. A coerência é o segundo nível, e ela se refere às relações internas e externas dos sentidos do texto. Nesse estudo nos limitaremos a esses dois, mas só para saber, os outros três são: temagênero textual e gramática. Esses são os cinco critérios que os examinadores do vestibular usarão para dar nota ao seu texto.

Vamos agora nos deter um pouco mais nos dois principais critérios: a coesão e coerência. 

É difícil falar de um sem falar do outro, porque ambos se referem a um conceito importante na produção de texto: o conceito da conexão textual. Todo o texto deve ser um tecido, já que ele é um emaranhado de ideias. Devemos falar de apenas um assunto, mas todas informações, sentidos, argumentos, frases, parágrafos devem estar todos relacionados. E além dessas relações internas entre os elementos, também deve estar relacionado com o exterior do texto, com as informações reais do mundo.

Ao primeiro critério de análise, a coesão, nomeamos as conexões internas que fazemos na estrutura do texto. Todos os parágrafos, orações e frases devem estar conectados através de conectivos, que podem ser ou um pronome, ou uma conjunção, ou uma preposição.

Essas ligações que fazemos produzem sentidos, que também devem estar conectados. À conexão dos sentidos damos o nome de coerência. 

Tanto a coesão, quanto a coerência, é o que dá a unidade do texto. Essas conexões farão com que o texto não perca sua unicidade temática. O tema se desdobrará em suas figuras através das ligações estruturais e semânticas.

Além da unidade textual, a coesão e a coerência também garantirão a progressão argumentativa da dissertação. Essas propriedades serão estudadas em estudos posteriores. O que precisa ficar claro nesse estudo é que o nosso texto deve estar de acordo com o fio condutor da sua dissertação. Essas conexões se não bem feitas podem prejudicar a significação do texto.




Leitura e escrita: O trabalho com a palavra.


por Eduardo Eide Nagai

Nestes dias, quando participei de uma reunião de pais e professores na escola onde leciono Língua portuguesa, comecei a conversar com um dos pais sobre a situação do seu filho. Estávamos conversando sobre o porquê seu filho tirou nota baixa na minha matéria. Falávamos sobre o problema que ele tinha em Ler e Escrever e sobre como poderíamos resolver a situação. Porém, quando o pai mostrou para mim a nota que seu filho tirara em minha disciplina percebi que não era a mesma pessoa. O aluno a que se referia o pai e o aluno a que me referia eram alunos diferentes com o mesmo nome. Foi engraçado, pois as características de ambos eram parecidos.

Isso mostra a dificuldade geral que enfrenta os jovens de hoje (talvez de sempre), a sociedade em que vivemos não motiva os seus membros a ler e interpretar o mundo, muito pelo contrário, já dá o mundo a nós prontinhos. Como se isso fosse possível. Podemos dizer que vivemos a era Delivery, ou seja, não precisamos trabalhar o mundo. Ele já está pronto, precisamos desfrutar desta maravilha que criamos. Percebemos em cada relação nossa com a sociedade. Se queremos comida, pedimos nossas pizzas. Se queremos distração, assistimos novelas. Se queremos aprender, os professores transmitem o conhecimento e a ciência já produzidos.

Ler e Escrever são dois lados de uma mesma moeda, ou seja, ambos são trabalhosos e árduos. Ambos exigem reflexão. Atenção. Produção de sentidos. Ambos são processos ativos. Outras pessoas dão à produção de texto o caráter de ativo e a leitura de passivo. Mas isso é um equívoco. Nos dois casos nos esforçamos para trabalhar a palavra. A leitura requer invenção do mundo da mesma forma que a produção de um texto. Ambos são sujeitos, o que escreve e o que lê. Ler não é correr os olhos em uma palavra, mas ler é sobretudo contruir sentido por sentido, como se fosse uma casa em construção. Ler é trabalhar a linguagem. Ler é posicionar-se no mundo. Ler é investir tempo e energia pesada no mundo.

Precisamos ver a leitura deste ponto-de-vista. Como uma a construir. Como um porvir. Como um trabalho.

Se trabalhar é dar sentido a nossa vida, então ler também é estar no mundo com o mundo para o mundo. Ler é existir.

A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER COM QUALIDADE

É sempre difícil começar a escrever um texto. Ficamos perdidos nos milhares de informações e temas que podemos explorar. Ficamos perdidos nos infinitos pontos de vista que podemos defender. Assim é o processo difícil e árduo de escrever. Porém hoje, com o avanço da informática e da internet, parece que podemos simplesmente vomitar o texto. Soltar algo sem nos preocuparmos com a forma, com a estrutura. Os blogs, as comunidades, os perfis, os scraps, os e-mails, e tudo mais que a internet nos oferece fez com que as pessoas conseguissem escrever de maneira mais solta. Mais à vontade.

Isso é um fenômeno interessante de se perceber. As pessoas escrevem. O problema não está nisso. O problema é quando os alunos transferem esta escrita para a sala de aula. Sou professor de português e percebo isso nitidamente. Corrigindo as redações percebo a ausência de acentos gráficos, de pontuação, de ortografia, etc. Os textos inclusive estão menores e tudo mais. Há ausência também de argumentos. Ora. As pessoas estão escrevendo mais, mas ao mesmo tempo desaprenderam a se expressar.

Não estou com este texto querendo criticar a internet, muito pelo contrário, acredito nos benefícios que ela PODE nos oferecer. Também não quero criticar os alunos que estão desaprendendo a escrever. Mas quero ressaltar a responsabilidade que nós, professores, temos de saber lidar com isso e remar contra a maré, ensinar os homens e mulheres a se expressarem de acordo com a situação. Com o contexto. Com o gênero textual que o sujeito se propõe a escrever.

O ato de escrever é tão importante quanto o ato de ler. Estes dois se completam a partir do momento que este último nos faz conhecer o mundo e o primeiro nos faz nos relacionarmos com este mundo. Não adianta eu apenas conhecê-lo, é preciso estar em contato direto. Interagir com ele. Mudá-lo. A nossa escrita faz com que eu perceba o mundo de forma mais organizada. Não aprendemos apenas quando lemos, mas também quando escrevemos, pois é neste ato de escrever que eu vou ter que relacionar tudo o que já vi, o que já li, o que já vivi.

Aprender a escrever é um direito de todos os homens e mulheres deste mundão. Se estivermos escrevendo na internet, no caderno, no vestibular, no diário, nos panfletos, nos ofícios, ou em cartas para outras pessoas, que a gente compreenda o que nós estamos fazendo. Transformando o mundo.



domingo, 30 de março de 2014

A concepção de texto nos vestibulares e nos concursos.

 
por Eduardo Eide Nagai

Podemos fazer duas perguntas envolvendo o texto: uma delas é o que é texto, e outra é o que algo precisa ter para ser considerado texto? Das duas perguntas, a primeira é mais filosófica, já que se trata de uma questão ampla e que pode gerar inúmeras respostas; enquanto a segunda é mais científica, já que suas respostas serão mais objetivas. Apesar de serem diferentes, uma necessita da outra. Dependendo da resposta da primeira, teremos respostas distintas para a segunda.
Gostaria de começar pela segunda pergunta. Afirmamos que ela seja uma pergunta científica porque o texto é colocado como um objeto de estudos e dessa forma podemos descrevê-lo em algumas de suas características. E se o colocarmos como um objeto, veremos não uma coisa estática, parada ou estável. Ao contrário, ele pode se manifestar de inúmeras maneiras. A primeira delas é a que mais a percebemos como texto: a verbal, que é todo aquele produzido através de palavras. Dessa maneira, vemo-lo, como um conjunto de palavras organizadas promovendo um ou mais sentidos para um interlocutor. E, claro, esse aglomerado de palavras foi feito por alguém, que é o autor, direcionado para o seu interlocutor, que é o leitor.

Outra manifestação do texto é a imagem. Assim como o verbal, o imagético também foi feito por um autor, para seu interlocutor. O que o diferencia do verbal é a sua natureza imagética, caracterizada não por se compor através de palavras, mas por traços, cores, movimento, etc. Ao contrário do verbal, as possibilidades de sentidos são maiores, tratam-se de textos mais subjetivos, dando maior liberdade ao autor, como ao leitor. Podem ser fotos, desenhos, caricaturas, mapas, charges, tirinhas. É muito comum também vermos um texto que misture a manifestação verbal com a imagética. Quando isso acontecer, para entendê-lo é preciso analisar não a imagem separada da palavra, ao contrário, uma deve ser entendida em relação com a outra. Além disso, para entender um texto devemos levar em consideração alguns aspectos.

Um deles é o contexto social em que ele é produzido. Os sujeitos (autor e leitor) estão inseridos em uma determinada cultura e por isso eles o leem de diferentes maneiras. E desse jeito, nós, também, enquanto autores e leitores, estamos inseridos em determinadas culturas que influenciam a nossa leitura. Não podemos desprezar esse aspecto. O sentido do texto depende dessa inserção cultural dos sujeitos do texto.

Da mesma forma, além da questão do contexto, precisamos entender que todos os fragmentos textuais têm uma história, ou seja, não estão isolados de outros, mas se relacionam. Chamamos isso de intertextualidade. Cada texto está relacionado com outros que o precedem. E da mesma forma se antecipa a outros, que o respondem.

E por fim, todos eles são caracterizados por uma determinada estrutura. Cada tipo textual possui suas características, que o compõe. Por exemplo, a dissertação é dissertação, porque ela possui alguns elementos que a caracterizam: o fato de conter um posicionamento do autor, e de este em contrapartida utilizar-se de argumentos para confirmar a sua tomada de posição perante um determinado tema. Já, a narração tem uma estrutura distinta, tem como componentes personagens que tramam uma história dentro do espaço e do tempo de um enredo. Enfim, cada tipo de texto terá sua estrutura definida, que pode se modificar ao longo do tempo, de acordo com os seus usos por parte de seus sujeitos.

Colocadas essas questão referentes ao que faz do texto um texto, precisamos entender qual a sua definição. Podemos defini-lo, então, como qualquer manifestação da linguagem que produz sentidos para determinados sujeitos inseridos em certos contextos culturais. Entendendo por sujeitos, aquelas pessoas envolvidas na trama do texto, como por exemplo o autor, aquele que produz o texto, e leitor, aquele que lê o texto. E, por sentidos, entendemos qualquer efeito que o texto possa produzir, como informações, mensagens, convencimentos, ideologias, sentimentos, sensações etc.




Textualidade: os limites do texto.


por Eduardo Eide Nagai

Em uma das minhas aulas de português perguntei aos alunos o que eu precisava para fazer um texto, e eles me falaram “palavras”, “sentidos”, “estrutura”, “caneta”, “papel”, computador”. Dando continuidade para a aula, e para que eles pudessem comparar, perguntei também o que eu precisava para construir uma casa, aí falaram: “pedreiro”, “tijolos”, “alicerce”, “terreno”, “dinheiro”, “planta”. Surpreendeu-me essas respostas e disse a eles que construir um texto é como construir uma casa, se para construirmos uma casa precisamos de um pedreiro, para construir um texto precisaríamos de quê?

A presença dos sujeitos

Alguém levantou a mão e falou “de um autor”. Isso. E quando eu faço um texto, eu preciso apenas de um autor? Eles se calaram e depois de um tempo, “e de um leitor”. Comparar a construção de um texto com uma casa foi eficaz, pois quando pensamos na casa lembramos do pedreiro, afinal, é um trabalho duro. Agora e o texto? Por que ninguém lembra do autor? Ele também constrói o texto, ele também aplica determinada energia na produção de um texto, mas me dá a impressão de que as escolas, no ensino de português, se esquecem de falar isso para os alunos, que fazer um texto é um compromisso e esse compromisso requer uma prática. Eu não preciso me esconder no texto. Em todos eles há um autor. Agora, o processo inverso também é verdade. O leitor é tão importante quanto o autor. Sem o leitor o texto não existiria. É para ele que produzimos o texto. Sempre devemos ter em mente ao produzir um texto que o leitor deve ler o texto e deve ter alguma reação ao lê-lo. Ao escrever um texto deve-se ter em mente quem será o leitor do meu texto?

O contexto no texto e o texto no contexto

Também os alunos falaram em terreno para a construção da casa, mas para o texto não falaram nenhum correspondente. Fica claro para eles que sem terreno não há casa, e devemos levá-lo em conta, analisar quem está em volta, os vizinhos, se o terreno agüenta o peso da casa, etc. No texto é a mesma coisa, devemos olhar em nossa volta, o contexto em que o texto está sendo produzido é extremamente importante na produção do texto tanto para servir de tema, quando para servir de base teórica. É o contexto que vai nos indicar o que podemos escrever, o que podemos ler, o como proceder para transformar o texto, etc. Terreno e o contexto irão sustentar o texto, servir tanto de tema como base para um bom texto. Sem contexto não há texto, já que esse existe em determinado espaço-tempo. O texto está inserido na história. E a história também servirá de trama para este texto.

A estrutura e o alicerce

Outra questão importante é o alicerce. Ele servirá de esqueleto para a casa da mesma forma que para o texto realmente é importante a estrutura, cada tipo de texto terá seu alicerce, ou seja, sua forma. Uma dissertação não se escreve da mesma forma que uma narração e vice-versa. Isso precisa ficar claro para o aluno. Também, se para a casa precisamos de uma planta, ou seja, um esboço anterior à construção, para o produtor de um texto é importante um planejamento. Antes de escreve eu devo pensar “o que eu vou escrever?”, “para quê?”, “Como eu pretendo escrever?”. Se respondermos essas perguntas antes de produzir um texto, então ele ficará mais organizado.

A palavra como material interacional

Porém, de todos os elementos que os alunos falaram, o mais importante para o texto é sem dúvida a palavra. É através dela e para ela que escrevemos. A palavra é o momento sublime da linguagem. A ponte entre os sujeitos da comunicação (autor e leitor), a ponte que passa do sujeito para o contexto (o mundo), a palavra é o trator que derruba impérios e muros, a ponte que liga a infelicidade da felicidade. É a palavra que faz com que nos tornemos humanos, demasiadamente humanos. É a palavra o tijolo da linguagem, é ela o material do texto, a substância, é através dela que vamos nos refugiar no mundo e do mundo, expressando o que temos em nosso interior, seja ódio, seja o medo, seja o sonho, seja a vontade de passar uma idéia. Produzir um texto, assim como ler, é mostrar para o que é externo em nosso corpo, a fúria do eu. A fúria que ronda toda e qualquer subjetividade. A fúria da libertação de qualquer escravidão. Produzir texto é respirar. A palavra é o produto material do texto, direcionando o sentido dele. A palavra é o que interage os homens e as mulheres do nosso planeta.

 


segunda-feira, 24 de março de 2014

História da língua portuguesa

por Eduardo Eide Nagai


Quando falamos da história da Língua Portuguesa esquecemo-nos de seu processo. Os professores muitas vezes nos ensinaram uma história passiva e pacífica da Língua, mas precisamos nos lembrar, a todo o instante, de que a língua nacional foi utilizada como uma forma de colonização. E o que podemos fazer em relação a isso? Ora, podemos considerar, em nossos estudos, vozes que até então foram excluídas da história. Podemos entender outros pontos de vista que, até então, foram excluídos. Assim, como podemos entender os seus medos, os seus sonhos, os seus sofrimentos, as suas explorações, etc. Como os dos africanos, por exemplo, ou os dos indígenas que já habitavam as terras brasileiras muito antes de seu "suposto descobrimento". Ao fazermos isso, perceberemos que temos com eles mais em comum do que imaginamos. Isso nos aproximará, valorizando-nos. Incluindo uma parte de nós, que nós mesmos excluíamos, até então. Não há como negar que a africanidade é uma parte de nossa identidade coletiva. E através do estudo da língua portuguesa em seus diversos países ficará mais claro tudo isso que estou falando.

Dividimos sua origem para estudar a língua portuguesa em alguns tópicos importantes:1. O Latim:
  • na antiguidade
  • no feudalismo
2. A Língua portuguesa:
  • no feudalismo
  • nas grandes navegações
  • nos países lusófonos
3. As Línguas oprimidas (Crioulo, Tetum e Tupi):
  • na áfrica, em Timor-leste e no Brasil.

O primeiro tópico trata-se da origem da Língua Portuguesa, nosso objeto de estudo neste momento. Na antiguidade o Latim se dividia em dois, o Latim Clássiso e o Latim Vulgar, lembrando que o primeiro era utilizado pelos poetas, pelos filósofos, ou seja, em escritos artísticos e científicos no império romano, que utilizava o latim para dominar os povos subjugados por Roma. No Feudalismo, com o fim do Império Romano, o Latim vulgar forma as línguas nacionais. Dependendo de cada região do antigo Império, o latim formou uma língua diferente. O clero e a nobreza insistem em utilizar o Latim em missas e para traduzir a bíblia, fazendo com que a maioria da população dos feudos não pudesse interpretar a sua religião de forma diferente. O latim, portanto, também foi utilizado como meio de dominação, desta vez pela igreja católica.

O feudalismo começa a se instabilizar e dá seu suspiro final com a Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero. Ele traduz a Bíblia em várias línguas nacionais, o que permite o desenvolvimento de outras religiões, formando assim as Igrejas Protestantes, também chamadas de Evangélicas, abrindo a possibilidade de leitura da bíblia pela população, é neste momento que as missas começam a ser realizadas em língua nacional depois que a Igreja Católica decide seguir a abertura para a população em geral, como os protestantes. A língua portuguesa surge em Portugal. Iniciamos assim, a discussão do segundo tópico: a Língua Portuguesa.

Com o rápido desenvolvimento de Portugal e da Espanha, as grandes navegações expandiram a Língua portuguesa em diversos outros países, devido à colonização de Portugal no Brasil, em Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A língua começa a se desenvolver nesses países e assim o colonizador utilizou o português para dominar. A história da língua portuguesa é uma história de dominação como podemos ver, entrando em conflito com as línguas nativas, ou seja, as línguas que se formaram nos países colonizados antes mesmo do português chegar nesses lugares.

No Brasil havia o predomínio do Tupi-guarani, que era uma língua falada pela maioria das tribos brasileiras, apesar de cada tribo possuir sua língua, o tupi, como língua mãe da maioria delas, era utilizado para que as tribos se comunicassem entre si. Já o Tetum, língua de Timor-Leste país asiático, formou-se a partir da interação da Língua portuguesa, do inglês e da língua da Indonésia. Esta língua era falada em Timor, pois depois de sua independência em relação à Portugual (em 1975), a Indonésia, ao dominar Timor proibiu o uso do português em suas terras. Assim, formou-se o tetum para a comunicação entre os timorenses. Já o crioulo tem sua história nas Áfricas, ele divide espaço com diversas outras línguas africanas. Porém em Cabo Verde, em Angola e em São Tomé e Príncipe era a língua mais utilizada e a que mais sofreu por causa da colonização.

Todas estas línguas tinham sua história antes do português chegar ao seu domínio, e depois disso, foram sendo descaracterizados. O Tupi não se fala no Brasil. O Tetum e o Crioulo são utilizados por suas populações somente entre as famílias e no seu dia-a-dia; já nos prédios governamentais, nas escolas, nas mídias, utiliza-se o português. Isso tudo não é ensinado nas escolas brasileiras. Para sabermos de onde viemos, quem somos e para onde vamos utilizando a nossa língua portuguesa precisamos compreender essa história de opressão através da língua.